20 de ago. de 2014

Foi mal mundo, eu vou ser eu.

Todo mundo sabe que a sociedade é feita por um conjunto de normas invisíveis consideradas aceitáveis em relação a tudo - mas tudo mesmo, incluindo, sei lá, unhas e sobrancelhas.
Pois desde que eu me entendo por gente, nunca vi graça nessas normas. Não que eu seja uma pessoa rebelde, longe disso, sou uma pacifista bem comedida, mas não consigo me encaixar no estereótipo 'pessoa loira, bronzeada, torneada, que usa roupa de marca e hashtags'. Porque essa é a nossa sociedade. E ela me olha mal. SEMPRE. Toda vez que eu sou olhada de cima a baixo por estar usando algo relacionado a filmes de terror, toda vez que alguém faz piada perguntando se eu vou ao cemitério e todas as vezes que eu sofri qualquer tipo de diminuição por não ser do jeito que o mundo quer que eu seja.


Me desculpe mundo, eu sei que você é muito legal me dando oxigênio, comida, água e tudo mais, mas eu quero ser um individuo único, eu quero ser eu - e acredite, eu já tentei ser outra pessoa e a experiência foi péssima.
Então me respeitem, pessoas que moram no mundo. Toda vez que, mesmo sendo no Rio de Janeiro, vocês virem não só eu, mais qualquer pessoa que preze por sua individualidade - seja sendo pálido, seja usando uma banana na cabeça, seja somente não se adequando ao que vocês acham legal - não a subestimem. Elas podem ser muito mais cheias de conteúdo do que cascas vazias programadas para um padrão.

E se você falar mais uma vez que é uma fase, eu juro que perco.


"Seja você mesmo. Todas as outras personalidades já têm dono." (Oscar Wilde)

11 de fev. de 2014

Lembranças.

Eu lembro de você.
Lembro de acordar todo dia pensando em como ia passar por você, te querer mas não poder ter você, inevitavelmente.
Lembro que você me dava felicidade, mas eu não conseguia mais pensar nessa possibilidade, já que eu não te via mais na minha vida.
E todo dia, toda hora, eu pensava em você. Em como você me deixava mais completa, satisfeita, bem comigo mesma. Mas eu te negava.
Negava porque eu achava que você me fazia mal, muito mal. Que você estava me transformando em um monstro toda vez que nos encontrávamos.
E o pior é que esse encontro sempre acontecia. Precisava acontecer. Eu precisava de você. Mas não queria. Não. De jeito algum.
Eu não queria me render aos seus prazeres, seus encantos, a luxúria de poder desfrutar de você.
E doía. Como doía. Não sei se você tem noção disso, mas eu chorava escondida todo dia. Por não te ter. Por te querer. Por ser um fracasso te querendo e não podendo te querer.
A verdade é que, sem você eu ia morrer. Isso aí. Morta. Você é quem me deixava viva, mas eu não queria enxergar isso, já que eu te odiava tanto.
Nesse misto de amor e ódio, eu me enfraqueci. Desmaiei. Sucumbi. E meus pais perceberam.
Me fizeram te tirar da minha vida, dizendo que você me fazia mal. Eu não entendia a razão. Eu chorava e tentava voltar ao nosso relacionamento doentio, mas muitas pessoas estavam me observando, cercando, se certificando que eu não caísse mais em seus braços.
Tudo por causa daquele dia. O dia em que eu desmaiei em sala.
O dia em que eu sabia que estava quase no nosso sonho. Mas hoje eu vejo que o nosso sonho era só seu. Você me consumia dia após dia e eu era uma tola por acreditar que você me fazia bem.
Hoje eu não penso mais em você. Pelo menos, não sempre. Mas nesse dia lembrei da gente, e resolvi colocar você pra fora. Porque só assim exterminamos nossos demônios, mostrando-os ao público.

Hoje em dia eu te venci Ana. E são oito anos de vitória.
E eu me sinto bem. Mesmo com a mídia, mesmo quando a nossa música toca no rádio.
Música que, como eu sou debochada, vou deixar aqui. Só pra te fazer mais infeliz. Porque você nunca foi nada. Você era meu caminho de destruição.




"Estima-se que a anorexia nervosa afeta entre 0,5 a 3% da população mundial de adolescentes, tornando a doença mais comum terceiro crônica entre este grupo etário.
A taxa de morte por anorexia varia entre 3 a 5%". (fonte)

6 de jun. de 2013

Os Prazeres mais Culpados.


Passeando pela blogosfera outro dia, avistei um post muito interessante na querida Pah: meus 5 Guilty Pleasures. Veja bem, poderia até dar uma definição para tal termo, mas na verdade nada se encaixaria tão bem como "prazeres culpados", aqueles que você ama, mas morre de vergonha em tê-los. E eu resolvi listar os meus.
Vamos começar a vergonha:

1. Reality Shows

Esqueça o Big Brother Brasil. Claro, eu até o assisto, mas aqui estamos falando de um tipo bem diferente de reality. Os que tem barracos gratuitos, competição por objetivos escusos, fúteis, duvidosos ou sem objetivo algum, e pessoas desesperadas por atenção. Ou seja, todo programa que envolva, por exemplo, aspirantes a modelos, estilistas decadentes, pessoas menores que subcelebridades e coisas do tipo, eu estou dentro. Outro dia descobri uma diversão nova para minhas noites:

"King of the Nerds", um programa onde basicamente famewhores nerds esquisitos fazem provas vergonhosas para ser, sei lá, "Rei dos Nerds" - não que isso vá mudar algo na vida deles.

Só para dar um exemplo, se você ainda não percebeu qual é a minha com realitys, vou deixar esse vídeo de um dos meus favoritos, "ANTM" (claro, com um barraco gratuitíssimo):

créditos do vídeo ao RSFD.

2. Livros Ruins

Ah, que lindo ser adolescente de poder ler coisas do tipo "O Diário da Princesa" (que aliás, junto com Harry Potter, se tornou minha primeira coleção literária) e não se sentir ridícula. Pois é, eu não tenho isso de 'passei da idade'. Eu li a série Gossip Girl. Eu leio até hoje um spin-off dessa série, o "It Girl". Eu li basicamente todos os livros do Paulo Coelho (convenhamos, ele não é nem um pouco literatura levada a sério, a não ser quando se juntava com Raulzito). Mas e daí? Qual o problema com esses livrinhos, Ju?! Daí eu solto a bomba: Eu li a saga Crepúsculo. MAIS. DE. UMA. VEZ. Assim, por livre e espontânea vontade, sabendo de sua 'ruindade'. Mas por quêêê?! Você amarga em sua cadeira. Sei lá, acho que livros ruins são divertidos e na real eu não ligo muito pro que vão falar - mas ao mesmo tempo não os carrego na rua, saltitante a mostrá-los, porque eu os considero chocolates escondidos que como pra me satisfazer de um almoço regrado a salada.
Mas é claro que eu não só li esse livro, como o comprei. E sim, ele é péssimo.

3. Filmes Ruins

Claro, já que eu LEIO livros ruins, eu provavelmente ASSISTO suas respectivas adaptações horrorosas. Sim, eu fiz isso. Elas são ruins, claro, mas o meu apreço por filmes ditos ruins não pára aí. Minha coleção de DVDs é divida de um jeito bem sistemático - assim como tudo que eu cismo em arrumar - e ela tem uma categoria para os "Filmes Ruins". Sim, eu não só os vi, eu comprei eles (que nem fiz com a Bree Tanner). Dentre os títulos, há "Noivas em Guerra", "Jogo de Amor em Las Vegas", "Vestida para Casar", "Como se Fosse a Primeira vez", "Armações do Amor" (que pelo menos tem a Zooey), e vários filmes do Adam Sandler e Nicolas Cage. Belo lixo cultural, não? Bem, confesso que não me sinto muito orgulhosa disso, nem de ter gostado bastante de Duro de Matar 5 - que, segundo todo mundo com sua lógica no lugar, foi terrível - mas eu convivo com esses monstrinhos, já que são divertidos o bastante para algumas tardes a toa.
É claro que se o trailer do filme possui isso, inevitavelmente eu o assistirei. E todos os críticos dirão que ele é uma bela merda - o que não deixa de ser verdade.


4. Nicolas Cage

Porque uma citação numa categoria não é o bastante. Claro que não. Nicolas Cage é, provavelmente, o formador de filmes da minha adolescência-melosa (que triste, Jesus.) com seu "Cidade dos Anjos". Não tem como ser adolescente e não amar aquele filme. Também não tem como não amar "A Lenda do Tesouro Perdido", "Adaptação", "Motoqueiro Fantasma", "Drive Angry" (o título desse filme é muito bom pra ser traduzido) e os zilhões de filmes que eles fez pelos anos. Além do mais, você já reparou naquele cabelo? Aquele cabelo merecia uma tese acadêmica, um prêmio, uma estátua só para si. Se fosse o caso da tese, eu já teria até o tema: "Como o cabelo de Nicolas Cage influencia em sua Atuação: Quanto mais rídículo, Pior".
Sem contar que eu possua um pôster d'A Lenda do Tesouro Perdido 2 gigante em cima de minha cama, com Nic segurando uma tocha e te julgando o tempo inteiro, mas acho que se eu comentar muito sobre isso, vai ficar estranho.
Esse vídeo também faz parte da lista do Guilty Pleasures, por favor.

5. Katy Perry
Como eu ODEIO a Katy Perry, mas como eu AMO ela. Ela não sai da minha playlist do celular e eu não sei porque, sinceramente. Depois de ler uns artigos, eu até comecei a considerar a Mídia Illuminati fazendo lavagem cerebral em mim para aprecia-la, mas acho isso é só um subterfúgio para fugir do fato que eu me divirto muito pulando, dançando, berrando os hits dela. 
Achou vergonhoso? Lembra do item 3, filmes ruins? Pois é. Eu assisti o filme da Katy Perry. Sozinha, já que nem minha prima de 12 anos (frisando o fato dela ter doze anos) quis assistir. Ficou vergonhoso? Etão tá. Eu me emocionei com o filme. Eu, a garota que ri com cenas de tripas sendo jogadas em 3D na sua cara, ouve músicas que seus pais teriam medo, quase chorei quando Katy descobriu que o Russell queria se divorciar dela. Esse é meu nível, esse é meu clube. 
Claro que o fato dela soltar fogos de artifício pelos peitos também ajudou a mesma a conquistar um lugar no meu player.

Meu Deus, como tudo isso é patético e vergonhoso, mas ao mesmo tempo, não sinto arrependimento ou pudor algum em contá-los. 
Acho que por isso são chamados Guilty Pleasure.
E você? Quais são os seus prazeres mais culposos?