14 de abr. de 2009

Sobre Pressões Psicológicas

Então, houve outro atendado envolvendo um estudante armado nos EUA. Grande coisa, você pensa. Essas coisas acontecem lá o tempo todo... Mas será isso realmente normal? Devemos abaixar a cabeça e aceitar que uma pessoa talvez com problemas ou somente com uma índole ruim pegue em um calibre e faça estragos emocionais? Eu voto pelo não. Já repararam como nunca foi noticiado algo parecido aqui no Brasil? - será por isso que somos egoístas em pensar que foi somente mais um... hm, acho que sim. Nosso país é culturalmente diferente dos States em um único ponto: pressão. Lá, quem faz 14 anos começa a se virar sozinho; com 16, já se dirije e vive-se como um mini-adulto, talvez sem condições para tal e com 18 são mandados para faculdades com um preço absurdo onde serão incentivados - lê-se: cobrados - a tirarem as melhores notas e se tornarem profissionais perfeitos, como robôs. A situação só piora quando o indivíduo em questão faz parte de uma minoria racial, é estrangeiro ou excluido socialmente de alguma maneira. Como você se sentiria com alguma voz buzinando em seu ouvido o dia inteiro "você tem que ser o melhor!". Talvez você choraria, talvez gritaria, talvez piraria. Não estou defendendo pessoas que acham certo fazer justiça com as próprias mãos e saem atirando em seus colegas e professores, acho isso coisa muito indigna e cruel, mas também clamo por atenção àos indivíduos que parecem estar a beira de um colapso - talvez se houvesse um aconselhamento psicológico tudo acabaria bem e todos voltariam ilesos às suas casas para ouvirem discursos idealistas de seus pais controlados pela política Tio Sam - I Want You. Cada dia que me levanto, dou graças por viver em um país onde minha profissão ou canudo - ou até falta de um - não influencia muito no meu futuro, já que temos exemplos como o autor Manoel Carlos, que escreve perfeitamente e sequer terminou o ensino fundamental. Assim deveria ser o sistema de ensino, sem pressão, sem cobranças. Se você pode ir morar sozinho em um campus gigantesco com 19 anos, você também poderia escolher não fazer nada. Assim, quem sabe, nós não veríamos mais atentados adolescentes pelas High Schools e Colleges.


ps. Ao escrever o post me lembrei do atentado a uma escola Amish, uma das minorias mais taxadas americanas, e como tudo foi surreal. Os amish perdoaram o assassino suicida na mesma hora e até rezaram por sua alma no seu funeral, encorajando a família daquele que matou suas filhas e filhos. É, josé; temos que ralar muito pra chegar no chinelo deles, né?

6 comentários:

Cristiano Gomes disse...

hum...acho que tudo o que vc disse tá bem certo, mas a cultura belicista de um páis que tá sempre em guerra e se acha superpotência tem muito a ver com esses atentados. Se eu, EUA, resolvo tudo no porrete desde roosevelt e inda antes, eu tô falando pros meus filhos que violência é uma solução possível, não?

Flá Costa * disse...

Toda vez que eu vejo essa loucurada de estudantes revoltados dos EUA agradeço por nunca ter visto nada parecido aqui no nosso Brasilzão!

beijinho*

Mari S. disse...

own, eu te vi na CH, parabéns ♥'
dá uma passadnha lá no meu blog(?) comecei ele agora.
-
beeeeeijos :*

Becka disse...

o "ps." disse TUDO que precisa ser dito ;)

Ludmila Bello disse...

realmente, esse negocio dos amish foi o que mais me chocou. é tão distante que parece coisa de filme, perdoarem os assassinos das crianças.
muito bom o post. nao tinha pensado na coisa desse ponto de vista...
:*

Anônimo disse...

E como precisamos. É uma pena saber que há tanta diferença assim e tanta pressão (réu).